5 de dez. de 2010

Acidentes: É Deus Arbitrário?

Os sobreviventes de acidentes costumam em geral atribuir sua sorte a um milagre proporcionado por Deus em contrapartida à sua fé ou zelo humanitário e religioso.

Tenho minhas dúvidas não em relação à providência divina, pois acredito que há uma Força sempre disponível para que possamos a ela recorrer.

Entretanto, a acreditar-se na primeira proposta, segue-se que aqueles que não sobreviveram não são filhos de Deus, ou seu nível de merecimento é menos que o do sobrevivente, podendo dar lugar à temível arrogância do ego.

A teoria desses sobreviventes não se sustenta, visto que muitas vezes vemos crianças inocentes que não sobrevivem a acidentes e vemos também verdadeiros marginais saindo ilesos de acidentes de igual gravidade.

Vemos também ocorrência de acidentes graves e fatais alcançar indivíduos e grupos religiosos que se dirigiam justamente a seus cultos ou excursões de natureza piedosa.

Além disso temos que Deus é amor infinito, perfeição infinita e não pode ver o mal, por isso que tudo o que Ele vê tem que ser bom. Logo, deduz-se que Deus (Deus-Pai/Mãe, pois atribuir sexo a Deus é outra grande bobagem) jamais poderia escolher quem deve morrer daquele jeito tão dramático.

Se você tivesse dois filhos, um “da pá virada” e revolucionário, outro bonzinho, conformista e adaptado, a qual dos dois você permitiria ser esmagado sob as rodas de uma carreta? Nenhum, não é? Pois saiba que você não é melhor do que Deus, portanto, Ele (qualquer que seja sua concepção da divindade) também não iria fazer uma coisa dessas.

Como sabem muitos, sou defensor do Mentalismo, do princípio hermético onde o todo é mental e que tudo está na mente. Defendo que a mente atrai o que lhe predomina e os pensamentos expressam seu conteúdo, sendo que o conteúdo da mente infantil e dos dependentes em geral tem a ver com o pensamento – consciente ou inconsciente - daqueles que os orientam.

Sempre que temos fé, nossa mente é privilegiada por sua convicção voltada para o bem, desde que não anulada por pensamentos sub-reptícios contrários a isto. Da mesma forma, quando somos caridosos, nossa mente é privilegiada pelo conteúdo atrativo do bem, desde que, repito, não anulados por seu contrário.

Digo isso, o contrário, por que às vezes temos fé religiosa, temos bom coração, ajudamos, etc, mas no fundo acreditamos não merecer esse mesmo bem, assim, inconscientemente, boicotamos aquilo de bom que nos é endereçado como fruto das nossas boas práticas e atitudes.

Para ilustrar, alguns trechos sagrados da Tradição Judaico-Cristã:

Malaquias 2:
10 "Não temos nós todos um mesmo Pai? não nos criou um mesmo Deus?"

Atos dos Apóstolos 10:
34 "Então Pedro, tomando a palavra, disse: Na verdade reconheço que Deus não faz acepção de pessoas;"

E o Apóstolo São Paulo, mostrando que perante Deus não há diferença entre judeus e gentios, explica que a diferença está no interior de cada indivíduo, no conteúdo de seus pensamentos:

Romanos 2:
10 "glória, porém, e honra e paz a todo aquele que pratica o bem, primeiramente ao judeu, e também ao grego;
11 pois para com Deus não há acepção de pessoas.
12 Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados.
13 Pois não são justos diante de Deus os que só ouvem a lei; mas serão justificados os que praticam a lei
14 (porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem por natureza as coisas da lei, eles, embora não tendo lei, para si mesmos são lei.
15 pois mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os)."

Muito obrigado,
Xenon – o Mentalista
www.mentalismo.net
por Xenon MG - xenonmentalista2@yahoo.com.br

21 de nov. de 2010

A mente que mente

A mente que mente não é a mente transcendental que foi dada pela Divindade a fim de que dela nos valêssemos em nossa jornada pela Terra.

A mente que mente é a mente cerebral condicionada pela cultura viciada em manter o status quo criado por um ego arrogante que se deseja melhor que a Divindade que tudo traz à luz.

A mente que mente é representada pelo ego humano individual. A mente transcendental, que vai além dos sentidos, num rumo ‘al-di-lá’ é representada pelo Espírito Santo ou parcela divina que em nós habita.

Quando os Mestres vilipendiam a mente, com toda certeza estão se referindo ao condicionamento cultural, familial, escolar, que pode nos levar ao medo: principal artifício egóico para manter seu poder. Se ELES desprezassem totalmente o mental no ser humano, não perderiam tempo falando, ensinando e produzindo livros.

A mente transcendental é o reflexo do espírito, a mente espiritual, nossa ligação com o divino, nossa fonte de inspiração que mostra o caminho da evolução, ou expansão da consciência.

Quando você se conscientiza de que precisa voltar-se para a luz, para a verdade do que realmente somos, você está na mente divina, está na mente transcendental.

Não menospreze a palavra ‘mente’ ao confundi-la sempre com a atividade cerebral intelectual do lado esquerdo do cérebro, cuja função é da nossa sobrevivência neste Planeta. Temos que absorver as lições que viemos aprender. Temos que cuidar bem do nosso corpo e de nossas convicções necessárias à boa convivência com nossos pares na Sociedade gregária a que nos acostumamos.

A mente controlada exclusivamente pelo ego quer sobreviver a qualquer custo, disto resultando muitas vezes em desvios chamados erros, pecados, negativismos, descrenças e egoísmos, mas ao voltarmos o barco de nossa vida para um destino conscientemente mais produtivo, conseguimos vislumbrar a luz do Espírito e dentro desta ação voluntária, consciente, está o segredo para cambiar nossa rota: a escolha livre-arbitral de pensamentos mais condizentes com nossa missão e destino.

É preciso SABER LER o que os Mestres nos dizem e nem sempre estamos preparados para isto, assim, antes de tirar conclusões e passá-las aos outros, pare e humildemente pergunte se você entendeu mesmo o que foi dito.

Muito agradecido,
Xenon - o Mentalista.
www.mentalismo.net

13 de nov. de 2010

A Felicidade como Meta no Aconselhamento

A base de qualquer aconselhamento é indicar a busca da felicidade como objetivo da pessoa que procurou sua opinião sobre os problemas dela. Felicidade não é o gozo ou o prazer nem a sua ausência. É o estado permanente de quem encontrou a si mesmo, isto é, a sua essência verdadeira.
Felicidade é o sentimento de desapego perante qualquer coisa de concreto ou abstrato que se lhe apresente. Esta é a felicidade verdadeira, incondicional, desligada de todo e qualquer fator material; é o viver em harmonia com a Realidade espiritual, ou, se preferir, com aquele nível que transcende o que se vê de imediato. É a Harmonia Universal. A Consciência Cósmica.
A sensação de prazer subordinada a um fator material e dele dependente, mesmo em se tratando de relacionamentos, não é felicidade, é alegria, porquanto passageira, isto é, dura até que referido fator também perdure, até que a função circense chegue ao fim.
Sendo assim, esqueça raça, cultura ou credo. Não importa seja o seu consulente rico ou pobre, velho ou novo, doente ou sadio, bonito ou feio, gordo ou magro, famoso ou desconhecido.
O caminho do desapego é o exercício regular de um sentimento de indiferença para com os acontecimentos de qualquer natureza. Não se trata de repulsa, pois se você despreza o próximo não o está amando como a si mesmo. Igualmente é impossível viver sem atender às demandas da vida no físico.
Indiferença, aqui, significa que você, por ter plena fé no ordenamento cósmico, não sofre, não se lamenta, não exulta, nem se ufana, apenas constata o fato e, se for o caso, faz o que precisa ser feito, sem se ligar emocionalmente; e, mesmo quando há emoção você não se liga nela. Em sendo caminho, a felicidade já se encontra no próprio caminhar.
Ordenamento cósmico pode ser entendido como o "quid" que faz com que o Universo, com seus elementos astronômicos, venha funcionando corretamente há tanto "tempo". Pode chamá-lo também de Deus, Infinito, Eternidade ou como queira.
Este sentimento de indiferença é alcançado ao negar-se sistematicamente a reconhecer realidade ao fenômeno e assim você deixará de fazer juízos de valor, isto é, avaliações, portanto, recusando-se a dar conhecimento ao fato e perdendo o hábito de julgar coisas, atos e pessoas, os episódios se mostrarão o que realmente são: apenas aparências e deixam de ter importância, tornando-se inócuos.
Este modo sistemático de agir demonstra fé prática e não apenas teórica.
Aconselhando e agindo dessa forma você logrará conduzir a pessoa (que procurou sua ajuda) a ver-se num nível muito mais elevado do que as aparências indicam. Você pode mostrar isso a ela, mas, segui-lo, não depende de você.
C. autenticd,
Xenon, o Mentalista.
www.mentalismo.net